O que é meio ambiente?
A literatura técnica e a própria legislação brasileira através de suas leis e resoluções de órgãos como o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) tem definições mais amplas para este conceito.
Meio ambiente é o conjunto de relações entre os meios físico, biológico e antrópico. Podemos dizer que meio ambiente é como a confiança, não dá pra gente tocar e pegar.
O meio ambiente é assim. É intangível. Tocar numa pedra, na água ou no solo é tocar num elemento ambiental do meio físico. Tocar uma planta, um animal, é tocar num elemento do meio biológico. Tocar numa plantação, num produto industrializado ou num depósito de resíduos sólidos (lixo) é tocar num elemento do meio antrópico ou sócio econômico.
Os principais constituintes do meio físico são as rochas, solos, águas superficiais e subterrâneas, geomorfologia e climas. No meio biológico, os constituintes são a flora e a fauna. E no meio antrópico ou sócio econômico são todas as atividades do homem. Mas afinal o que são as relações? Quando alguém preserva um bioma, protegendo, evitando incêndios, impedindo caça e pesca predatórias, está construindo um tipo de relação com o bioma. Quando alguém vai lá e incendeia um pedaço de mata está estabelecendo uma outra relação entre o homem e o bioma.
Biomas que são constituídos por elementos físicos e biológicos além do antrópico, que interagem entre si dentro de uma relação sistêmica hierarquizada por vários fatores.
Portanto meio ambiente não são apenas as flores e as borboletas que muito nos sensibilizam e das quais muito gostamos. Mas meio ambiente são as relações. E meio ambiente é um conceito antropocêntrico. São as conseqüências de todas as relações entre os meios que são produzidas pelo homem e que podem impactar a própria espécie humana.
Não há sentido no conceito de meio ambiente que não inclua o homem como o centro das motivações, afinal para que serviria um mundo totalmente preservado e em equilíbrio sem a presença do homem? Neste caso nem mesmo a expressão meio ambiente teria sido inventada.
Esta concepção antropocêntica da realidade preocupa. Ela me parece um erro histórico que a natureza está cuidando de esclarecer. O homem não pode se considerar um ser superior, o ápice da criação – ou da evolução – pois ele não é dono do mundo, mas parte dele. Um mundo preservado e em equilíbrio onde a presença do homem é sustentável (a palavra da moda) é o único modo de conceber um futuro para a humanidade. As mudanças climáticas estão amplamente documentadas e tudo indica que são causadas pela ação do homem sobre o frágil equilíbrio do planeta. Se poucas décadas de crescimento econômico a qualquer custo já causaram tal estrago, imagine-se o que poderá acontecer se não houver mudanças de postura e do padrão atual de desenvolvimento?